segunda-feira, 10 de setembro de 2012

“Menininha” do Papai


john-wayne-gacy-junior 
John Wayne Gacy Jr. nasceu em 1942, em Chicago, nos Estados Unidos. Tinha duas irmãs. Seu pai, John Gacy, era alcoolista e aparentava não gostar do filho: batia-lhe sem grandes motivos, chamava-lhe de “menininha”. A mãe também era vítima deste homem. Apesar disto, aparentemente Gacy Jr. gostava do pai. Aos 11 anos, John Wayne Gacy foi atingido na cabeça por um balanço. Nos cinco anos seguintes, periodicamente sofria escurecimentos da visão. Foi descoberto um coágulo em seu cérebro, que foi removido cirurgicamente, e houve a remissão do problema.
Contudo, Gacy ainda manteve outros sintomas hipocondríacos, que o ajudavam a afastar-se de atividades mais masculinas, como a prática de esportes violentos – ocasionalmente tinha queixas cardíacas, por exemplo. Apesar de tudo isto, John Wayne Gacy formou-se em Administração e tornou-se vendedor de sapatos. Casou-se com uma colega de trabalho cujo pai possuía um restaurante de frangos fritos, em outro estado, e logo John passou a gerenciar tal estabelecimento, com desenvoltura.
Em 1968, um evento que pegou de surpresa todos os seus conhecidos: foi acusado de ter subjugado sexualmente, por um longo período de tempo, um jovem empregado. John Wayne Gacy contratou um adolescente assassino para espancar uma testemunha da promotoria, e mais acusações pesaram sobre ele. Negociando uma confissão, foi sentenciado a dez anos de prisão.
Prisioneiro “modelo”, foi solto menos de dois anos depois. Entretanto, sua esposa o largou, neste período. Gacy voltou então para Chicago.
Estabeleceu-se como construtor. Logo se casou. Desenvolto, logo adquiriu popularidade com os vizinhos. Participava da política (seu pai detestava políticos), tendo posado para uma foto ao lado da primeira-dama do país, a esposa de John Carter. Fantasiava-se de palhaço em festas caritativas. Era membro do Conselho Católico e da Defesa Civil. 
Foi então que começou a matar, perto de fazer 30 anos. Muitas vezes atacava conhecidos, mas em outras ocasiões abordava pessoas na rua, às vezes de uma forma convidativa, outras mais intimidativo. Escolhia sempre pessoas do sexo masculino – adolescentes ou jovens adultos. Sodomizava-os, torturava-os e depois os matava, geralmente sufocados ou estrangulados. Enterrava os corpos no chão de sua casa – até que, sem espaço, começou a jogá-los em um rio.
John Wayne foi pego em 1978. Sua empresa prestou um serviço de reforma a uma loja, e nesta loja Gacy convidou um jovem a trabalhar em sua firma. O jovem, quando foi encontrar Gacy à noite, disse a amigos o que estava indo fazer. Quando se notou o seu sumiço, a polícia foi à casa de Gacy e sentiu o odor pútrido da morte. Entretanto, não foram encontrados corpos, mas: sedativos, algemas, livros sobre homossexualismo, instrumentos para “jogos” sexuais, uma pistola, um pênis de borracha, maconha, além de objetos que aparentavam não pertencer a Gacy.
A polícia começou a periciar as evidências e instituiu vigilância sobre ele. Descobriu-se então sobre o seu passado ( a condenação em outro estado) e que vários empregados seus, que geralmente eram menores, haviam desaparecido. Acabaram voltando à sua casa… que ainda tinha aquele cheiro horrível. Resolveram escavar. Foram encontrados nada menos que 28 corpos enterrados! Mais cinco foram resgatados nos rios. Já preso, John Wayne Gacy tentou culpar “Jack Hanson”, uma suposta segunda personalidade sua.
Em um depoimento, desenhou um mapa com a disposição dos corpos – em seguida, aparentou desmaiar. Quando “voltou a si”, disse que foi “Jack” o autor do desenho. Os vários psiquiatras que o entrevistaram não quiseram embarcar nesta história, embora tenham feito várias hipóteses para o diagnóstico: “pseudoneurótico esquizofrênico paranóico”, “personalidade borderline”, “sociopata”, “narcisista”, “mentiroso patológico” etc.
Gacy era contraditório em seus depoimentos, e em um deles disse lembrar-se de apenas cinco homicídios, e de forma incompleta – sendo que, além disto, as memórias pareciam não ser suas, e sim de outra pessoa, conforme disse.
O serial killer John Wayne Gacy foi condenado, em 1980, à pena de morte. Mesmo assim, continuou a negar a autoria dos homicídios – dizendo, agora, que os corpos haviam sido colocados em sua casa por alguém que queria prejudicá-lo…
Apesar das contradições e negativas, alguns fatos foram descobertos sobre seu modus operandi: sabe-se que gostava de ler passagens bíblicas enquanto enforcava as vítimas; outras vezes, vestia-se de palhaço enquanto as torturava. Enfiava as cuecas dos rapazes em suas bocas para sufocá-los. John Wayne Gacy encaixa-se perfeitamente na fantasia do “Palhaço Assassino”.
Na prisão, ainda ganhou bastante dinheiro – com as pinturas que fazia (especialmente populares eram as de palhaço e auto-retratos, mas também retratou Jesus, Hitler, personagens da Disney, outros criminosos etc.) e com outros métodos, como um serviço telefônico pago que criou, onde a pessoa que ligava podia ouvir sua alegação de inocência. Suas pinturas chegaram a fazer parte de exposições.
Tinha uma rotina obsessiva na cadeia: anotava cada ligação, carta ou visita recebida, e até mesmo o que comeu. Conta-se que, nos 14 anos que esteve preso, passou a abusar de álcool e tentou suicídio.
Pouco antes de morrer, em 1994, de injeção letal, já sedado, pronunciou suas últimas palavras: “Kiss my ass!”.

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